Se para alguns este comportamento foi supresa para outros, nos quais me incluo o mesmo já era expectável.
Durante os ultimos meses, arrisco até dizer durante o ultimo ano ouvimos o PSD criticar ao lado dos professores o sistema de avaliação imposto pelo governo do PS. Nos ultimos meses, durante a campanha eleitoral, ouvimos até este mesmo PSD afrmar que se fosse governo suspenderia o processo de avaliação dos professores. Muitos terão sido os professores, que nas ultimas legislativas votaram no PSD, aquele partido que propunha valorizar os professores e suspender de imediato a avaliação logo que tomasse posse.
Pois é, felizmente para o país estes senhores não ganharam as eleições, apesar de que o partido que ganhou põe, consecutivamente, em prática aquelas políticas que alguns de nós, os que acreditam na democracia, apenas esperariamos de partidos de direita.
E eis que de repente, como se a história não se tivesse escrito, como se este livro da politica estivesse cheio de páginas em branco aquele que se diz o partido lider da oposição - vulgo PSD se esquece do que prometeu, se esquece daquilo que defendeu no ultimo mandato e veementemente frente às camaras de televisão durante os meses de campanha eleitoral.
E num acto ilusionista tira da cartola uma nova formula mágica para resolver a violenta injustiça de que estão a ser vitimas os professores, e diz ao país e aos professores que agora já não quer suspender a avaliação. Porque afinal esta até nem é assim tão má, porque afinal é preciso é reformula-la e porque afinal, acrescento eu, já não estamos em campanha eleitoral e que se lixem os professores.... Pois é meus senhores, acabou a campanha vamos lá mostrar aquilo que realmente defendemos, pois os votos de muitos professores já cá cantam...e a avaliação afinal agora de repente deve continuar.
Surpreendente pensam uns obviamente pensarão outros. Mas a coisa não se fica por aqui, porque agora, quem viabiliza esta proposta do PSD é nada mais nada menos do que o seu grande amigo do peito, aquele que não abdicava da avaliação, da divisão da carreira docente e do ataque permanente à dignidade dos professores, o velho PS de sempre.
Pois é as cadeiras rodaram, sentaram-se lá os mesmos de sempre, amigos, cumplices e com o objectivo comum de lixar a vida a quem trabalha, mantendo inabaláveis os seus salários e as suas dignissimas posições sociais.
Claro está que depois há aqueles que trabalham, que defendem verdadeiramente os professores, que estão ao seu lado nas ruas, que defendem negociações com os sindicatos, que querem realmente alterar esta situação, mas em quem muitos professores tiveram medo de votar, lembrando um fantasma do passado e sem pensarem como o seu futuro podia ser melhor, claro está que vos falo do PCP. E para que não haja margem para dúvidas deixo-vos aqui a posição assumida antes e depois das eleições.
Porque os resultados eleitorais não falam mais alto que os direitos dos trabalhadores aqueles que os defendem, defendem-nos sempre, sem demagogias e sem olhar à oportunidade, e porque neste caso defendem não só a suspensão da avaliação dos professores, como também o fim do estatuto da carreira docente, agora como no passado continuarão a lutar para que este objectivo de 120 mil professores se torne uma realidade.
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