sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

O Amor em tempo de consumo

Vi este texto num blog de um Psicologo do Porto - Vitor Silva, não resisti em copiá-lo:

Por vezes dou por mim a pensar que os relacionamentos nestes tempos – de consumo - têm muito de marketing…Como os produtos, parece haver relacionamentos para todos os fins e objectivos. Parece haver pessoas que, como alguns produtos, não abandonaremos, parece haver pessoas que servem um determinado objectivo.



Do “one-night-stand” ao namoro, do “amigo colorido” ao casamento, os relacionamentos de hoje em dia são variados, podem evoluir para coisas mais profundas, podem ficar apenas por umas horas bem (ou mal) passadas. Podem ser profundíssimas e acabar.
Uma das motivações mais profundas no ser humano é amar e ser amado. Não é preciso um psicólogo dizer isto. Afinal, em alguma altura da nossa vida, estivemos apaixonados por alguém. Ou ansiamos encontrar esse alguém que nos ponha a cabeça a andar à roda e que preferencialmente sinta a mesma coisa.
Não sou daqueles que diz que antes era mais fácil. A questão é que nos nossos tempos – de consumo – a escolha também é maior, assim como a concorrência. Por outro lado, numa sociedade cada vez mais individualista, não estamos facilmente abertos a aceitar pequenas grandes diferenças – os chamados defeitos. A margem de manobra que nos damos a nós próprios para aceitar a diferença alheia parece ser menor que noutros tempos. Em algumas situações, ainda bem que assim é. Noutras, nem por isso.
O corre-corre do dia a dia parece também afectar esta coisa dos relacionamentos. Por vezes é difícil ou mesmo impossível mostrarmo-nos como somos. Logo à partida, andamos todos muito defensivos, com medo de espantar a “caça”. Ou então, escolhemos tanto que acabamos uns anos depois a realizar verdadeiros saldos de nós próprios. Nem uma coisa nem outra é boa. Numa e noutra desponta, mais cedo ou mais tarde, a insegurança de viver num mercado relacional por vezes muito agressivo. Isto para não falar dos milhentos casos de pessoas que se mantêm num relacionamento por medo da solidão. Não são assim tão poucos como possa parecer à primeira vista.
(...)

Uma verdadeira reflexão!!! Parabens ao autor.

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